Atualização: Quando este post foi escrito, um ano atrás, o Acordo de Paris estava sendo assinado e entre os países participantes a presença dos Estados Unidos enchia o resto de mundo de esperança. Hoje, com a política do atual presidente, Donald Trump, o pessimismo e a incerteza dão o tom desse dia tão importante. Não somente o futuro do EPA, órgão que nasceu com o Dia da Terra, corre riscos como o atual administrador da entidade, Scott Pruitt, dá indícios de que o país deve se retirar do acordo. Segundo ele, a luta contra a mudança climática deixou de ser prioridade. O Brasil faz parte do acordo mas internamente a situação não é nada animadora.

A data, criada há 46 anos, convida à conscientização sobre a importância de se proteger o planeta das agressões ambientais e chama à ação. Mais e mais, promove políticas ecológicas de impacto no mundo inteiro, como a assinatura do Acordo de Paris hoje, na ONU, em Nova York.

Em 1970, nos Estados Unidos, os jovens saíam às ruas para protestar contra a invasão do Vietnã; o mundo perdia Jimi Hendrix (e mais tarde naquele ano Janis Joplin) e o último álbum dos Beatles chegava às lojas. Embora o livro de Rachel Carson, Silent Spring, de 1962 (veja post aqui ) tenha sido um bestseller do New York Times e tenha despertado a consciência ecológica como nunca antes, a poluição do ar ainda era considerada um preço justo a se pagar pelo progresso e desenvolvimento.

A ideia de criação de uma data nacional voltada ao respeito ao meio ambiente  foi do então senador, Gaylor Nelson, de Wisconsin. Depois de testemunhar , um ano antes, os estragos de um enorme vazamento de óleo em Santa Barbara, na California, e inspirado pelos movimentos anti-guerra, ele percebeu que era o momento de canalizar toda essa energia jovem em defesa da proteção ambiental. Uma bem costurada articulação política, envolvendo até mesmo um representante da Harvard University, Denis Hayes, apontado como coordenador da campanha em nível nacional, resultou numa equipe de 85 pessoas na promoção da data e cerca de 20 milhões de pessoas em passeatas, atos em ruas e parques e em eventos nos auditórios de várias universidades de costa a costa. Até o fim daquele ano, a mobilização trouxe muitos outros frutos como a criação do EPA (Environmental Protection Agency), uma agência nacional de proteção ao meio ambientes e a aprovação de atos legislativos importantes até os dias de hoje.

Quase duas décadas mais tarde, líderes de grupos de proteção à ecologia abordaram Haynes para uma campanha mundial e o Dia da Terra tornou-se um marco no calendário global. Nessa nova fase, cerca de 200 milhões de pessoas se mobilizaram em 141 países e suas ações de certa forma abriram caminho para o  Rio Summit 1992 (Eco92).

Neste milênio a campanha alcançou o número recorde de 184 países e em 2010 concentrou esforços em uma questão urgente: o aquecimento global. No ano passado, durante o Paris Summit, um acordo foi elaborado no qual cada país deve se comprometer a tomar medidas efetivas para diminuir os impactos que causam a mudança climática. Este acordo foi oficialmente assinado hoje na sede da ONU, em Nova York, por 164 países, incluindo a Presidenta Dilma Roussef. Para saber mais sobre os desdobramentos do acordo e como deve se cumprir, clique aqui no site da ONU em português, onde também é possível ler o acordo na íntegra.

Veja o vídeo com os doodles que a Google criou para celebrar essa data importante e necessária. Feliz Dia da Terra! Na luta por um planeta sustentável.