No Ponto

Na foto em destaque,  o icônico artista pop, Andy Warhol,  prende a bike a um parquímetro em Nova York. Nos dias de hoje, esse tipo de transgressão é  algo que os dinamarqueses e todos os outros países com grande número de bicicletas tentam evitar ao máximo .

Para quem, no Brasil, ainda convive com uma cultura de ciclismo nascente a questão de estacionamento de bikes talvez  pareça distante. Mas nas nações onde bicicletas e ciclistas são parte integrante da vida das cidades, isso é compreensível.

Em estudo divulgado no ano passado pela Federação Dinamarquesa de Ciclistas, 99% dos mais de 25.000 dinamarqueses entrevistados se veem como ciclistas, mesmo os que não usam a bike todos os dias. Ainda, de acordo com a Embaixada de Ciclismo da Dinamarca, nove em cada 10 dinamarqueses possuem uma bicicleta. Por tudo isso, a questão sobre onde estacioná-la é sempre de grande importância para o poder público.

Em 2008, a Federação Dinamarquesa de Ciclistas e a consultoria Celis Consulting, de Pablo Celis, publicaram um manual, também lançado em inglês, em que reúnem princípios fundamentais para a criação de espaços urbanos de estacionamento de bicicletas realmente efetivos e bem integrados às necessidades das cidades. O diretor da federação à época, Jens Loft Rasmussen, lembra que os planejadores urbanos, em geral,  não dedicam atenção suficiente a uma questão tão importante. Para ele, oferecer espaços adequados para estacionar a bicicleta pode ser decisivo para uma pessoa adotá-la como meio de transporte ou não.

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Paraciclos bastante comuns em cidades como Copenhage (foto) e Aarhus, ambas na Dinamarca. Respeitam o espaço da calçada  e são facilmente vistas da ciclovia. Foto: CityCycle/Creative Commons

 

Rasmussen nota que em muitos pontos da Dinamarca, bicicletas jogadas sem organização poluem o visual e atrapalham os pedestres. A  ideia do manual é reafirmar, por meio de exemplos e sugestões práticas, que é possível oferecer instalações adequadas, integrando os paraciclos e bicicletários à paisagem da cidade e afetando sua estética de forma positiva. Isso, claro, garantindo o acesso a pedestres, cadeirantes e carrinhos de bebê, que na Dinamarca são usualmente enormes; os carrinhos não os bebês…

Nos próximos posts, vamos falar sobre algumas dessas sugestões e aprender que não existe solução única para todos os cenários. Para participar dessa conversa você, ciclista de carteirinha ou não, já pode começar a observar em sua região como essas instalações estão sendo pensadas e implantadas e como esses espaços são geralmente percebidos pelos passantes. Volte pra mais!

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Em Copenhage, um paraciclo mostra de forma divertida como a bicicleta faz melhor uso do espaço urbano. Foto:forum.tuttogree.it