No Ponto

Na foto em destaque, gentilmente cedida por Derek Pardue, vemos um dos bicicletários da estação de trem central de Aarhus, a segunda maior cidade da Dinamarca. Notem que a segunda cidade do país tem cerca de 320 mil habitantes, uma cidade de pequena a média para os padrões brasileiros, se pensarmos, por exemplo que, segundo estimativas do IBGE, Taubaté (SP) tem aproximadamente 302 mil e Camaçari, a cidade industrial baiana, aproximadamente 287 mil habitantes. Mesmo assim, além de todas essas bicicletas devidamente estacionadas, há outras milhares circulando por Aarhus todos os dias e muitas estacionadas em outros pontos importantes da cidade.

Este bicicletário, em particular, é um espaço gratuito, próximo a uma das saídas da estação. Há, como se vê, dois andares, o que economiza espaço, já que a estação de trem fica em área urbana, onde o espaço, mesmo na Dinamarca, é sempre mais escasso. Como já dito, há outros paraciclos para quem usa o trem ou trabalha próximo à estação. O outro espaço, que fica em frente ao acesso principal,  acomoda menos bicicletas e fica ao lado do sistema de share para aqueles que não têm bicicleta ou para os visitantes que chegam de trem e precisam de bicicleta para circular dentro da cidade.

Ainda sobre este espaço de dois andares, especificamente, é preciso acrescentar que puxando o gancho (uma espécie de maçaneta), que se vê junto ao pneu, temos a canaleta que pode ser baixada, facilitando assim a descida da bicicleta e, melhor, a subida na hora de estacionar a magrela (veja o detalhe na foto ao final do post). Por conta dessa “tecnologia”, o ato de colocar a bicicleta na parte superior acontece sem dramas, mesmo para quem tem bikes mais pesadas.

Embora, obviamente, na Dinamarca tudo o que se refira à infra-estrutura e à logística no uso da bicicleta como transporte  esteja a anos luz do Brasil, eles também têm ainda muitas questões a serem resolvidas. Isso porque a demanda é enorme e a bicicleta é, para boa parte da população, o principal meio de transporte, mesmo durante o longo e escuro inverno escandinavo.

No próximo post, falaremos do que ainda precisa ser feito por lá. A ideia é que a conversa vá aos poucos chegando em território brasileiro. Afinal, pelo menos em São Paulo, sabe-se que a malha cicloviária tem crescido mas os bicicletários e a instalação de paraciclos não têm acompanhado esse avanço. A conversa continua.20150928_153207 (2)