Depois dos temporais de verão, muito se falou sobre os estragos causados por quedas de árvores, especialmente em grandes cidades como São Paulo. Enquanto alguns culpam as árvores, poucos se lembram dos maus tratos a que são submetidas. O fato é que precisamos de mais árvores e de cuidar melhor das que temos. Confira!

Aqui em Horizonte Sustentável, árvore é (e sempre será) tema recorrente. Em abril do ano passado, o primeiro post Plantando árvores na cidade – Parte 1 compartilhava o Manual de Arborização Urbana da Prefeitura de São Paulo, explicando o que e como plantar nas calçadas. O post subsequente  Plantando Árvores… Parte 2 falava sobre as diferenças entre árvores nativas e exóticas, e por que é importante saber mais sobre isso. A terceira parte da série enumera 8 razões para a arborização urbana e traz a bela animação francesa O Homem que Plantava Árvores. Depois, em maio,  foi a vez de uma matéria longa sobre grupos e indivíduos que plantam árvores pela cidade, voluntariamente e com muita energia. Quem perdeu pode ler Vê estão voltando as árvores agora.

E vem mais por aí. Aguarde!

Enquanto isso, dê uma conferida nas fotos tomadas em diferentes bairros da cidade de São Paulo, por mim, Selma Vital, editora deste site. Apesar do resultado fotográfico nada profissional, mais perturbador que a falta de talento da fotógrafa é saber que todas as fotos foram tomadas ao acaso. Isso signfica que estão em toda parte. Tente você também passar a observá-las e compartilhe suas fotos com gente nos comentários.

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A Prefeitura de São Paulo não recomenda o plantio de árvores frutiferas nas calçadas. Uma das razões é que frutas grandes oferecem riscos aos passantes: ser atingido por um abacate ou, pior, por uma jaca, não é usualmente saudável. Mesmo frutos pequenos e leves como pitanga e banana podem ser problemáticos porque as copas das árvores são em geral baixas, dificultando a passagem das pessoas. Esta bananeira, em pleno bairro de Perdizes, continua produzindo bananas, embora não se saiba a qualidade delas. As raízes, porém,não parecem muito confortáveis. Melhor manutenção e adubagem talvez contribuíssem para a qualidade das folhas e a saúde geral da bananeira.

 

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Esta árvore é uma de uma série plantada pela Prefeitura de São Paulo num bairro da Zona Leste. A muda foi devidamente apoiada por uma ripa, mas contrariando seu próprio manual de arborização, uma mureta foi construída em volta de cada muda. Em caso de chuva forte, esta mesma mureta vai impedir o escoamento das águas que descem pela rua. Ao invé de ser abosrvida pelas raízes das árvores, essas águas aumentam o risco de enchentes e de contaminação dos riachos.

 

 

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Neste exemplo, a poucos metro da estação de metrô Artur Alvim, um morador investiu em pisos para ‘embelezar’ a famigerada mureta em torno de uma  árvore, cujas raízes, alheias ao agrado do morador, responderam rompendo mureta e piso. Um exemplo bem claro de que as muretas são erradas e de que determinadas árvores precisam de espaço para as raízes.

 

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Esta árvore, muito próxima do Parque da Água Branca, tem um pouco mais de espaço para as raízes, apesar da mureta. O espaço no entanto é usado como lixeira. O visual é péssimo para a cidade e diz muito sobre a falta de respeito à arvore com uma oferenda tão triste.
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Aqui, bem perto do Terminal da Barra Funda, sobrou um buraco  onde antes havia uma árvore. O buraco foi prontamente ocupado pelo lixo. Vale notar que a árvore que antes existia ali estava sufocada numa base de concreto.

 

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Árvore caída depois de um temporal não muito forte, na Avenida Sumaré. A queda não causou danos materiais nem feriu ninguém. A morte da árvore, porém, talvez pudesse ter sido evitada. O tronco dá sinais de que algo já não andava bem…

 

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Este é mais um caso clássico de boas intenções que na prática podem resultar em desastre. A mureta bloqueia a água das chuvas que poderiam ser mais facilmente escoadas se tivessem passagem livre para a terra e ainda beneficiariam a jovem árvore.

 

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Aqui repetimos a foto que foi destacada. A árvore ‘vestida’serve de propaganda para uma escola de dança flamenca, próxima à estação Sumaré do metrô. A base parece correta, sem mureta alta e com um pequeno gradil para escoamento da água da chuva. Mas há rachaduras na proximidade, que podem indicar que as raizes estejam buscando espaço. E o tecido em torno da árvore? Você acha que pode danificar o tronco ou protegê-lo?  Alguma ideia? Se souber ou simplesmente quiser arriscar uma resposta, escreva pra gente ou comente!